Por um Projeto de Lei (PL) que exija graduação em Ciência Política a todos aqueles que desejam ocupar as cadeiras parlamentares
O jornalismo é uma cachaça... talvez por isso não precise de teoria. O negócio é a prática... saber entornar e como diz a canção: beber, cair e levantar.
O tombo da última semana foi feio. Mas entre mortos e feridos, talvez agora ninguém mais se salve.
Sem vida pessoal, familiar ou sentimental... sem ver nossos filhos crescer (quando a opção mais sensata é não os ter)... sem feriado, finais de semana ou qualquer outro tipo de folga... e geralmente com a sanidade mental em frangalhos já nos primeiros anos da profissão... mas com muita pressa sempre e muitos lanches no lugar das refeições.. sem horas de sono adequadas, mas muitas olheiras como troféus de guerra na face... nossos sonhos relatam pautas e processos a que ainda poderemos responder, entre o amor e ódio de todas as fontes... e mais muita garra e amor a tudo isso!!!
Assim recebemos a notícia de que não somos mesmo profissionais. Prato cheio para aqueles que já acreditam que ser jornalista é ser mero repetidor de frases... entre tantos que querem ditar o que escrevemos e, pior, querem corrigir nossos textos.
Tantas vezes usei o argumento: estudei quatro anos para ser respeitada pelo que faço. Não peço para corrigir projetos arquitetônicos, nem processos judiciais, nem sentenças (apesar de que algumas que nos chegam muitas vezes são vergonhosas – e não apenas pelo mau português). Não peço para revisar um laudo médico ou boletim de ocorrência.
Todos acreditam ser mais capazes de escrever e compreender que o jornalista. Repetem milhares de vezes a mesma frase por medo que possamos não entender o que nos falam, espiam nossas anotações, arrancam nossos blocos das mãos, quando, na verdade, falta-lhes o poder da palavra e geralmente são ineficazes em se fazer compreender.
Agora com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que acabou com a obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercício da profissão, vou me utilizar dopróprio argumento do presidente superior do Brasil, Gilmar Mendes: a função de jornalista não expõe a risco terceiros, em caso de erro.
Assim, caras fontes, lembrem-se sempre: vocês não estão em risco.Podemos errar, causar constrangimentos e humilhações. Acabou-se a ética, acabou-se o bom senso. Questões inclusive abordadas com muita seriedade no banco acadêmico em uma disciplina denominada “Ética e Legislação”, que com certeza suas graduações talvez não exijam.
Por oito votos a um, o STF entendeu que parte do decreto-lei 972, de 1969, não tem amparo na Constituição. Tanta proposta de emenda à Constituição rolando pelo Congresso Nacional que mais uma, com certeza, atrapalharia o Café da Tarde... até porque não temos mesmo Chá das Cinco.
sábado, 20 de junho de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Muito bom amiga!! Amei o texto.
ResponderExcluirBjão!
Querida, indiquei o seu blog para receber um selo. Tá tudo lá em www.finosefofos.blogspot.com. Dá uma olhada. Beijos
ResponderExcluirBem, é dificil comentar um desabafo tão importante como este, um texto que traz a luz algo que ocorreu, e só veio para acabar com a pressão política que jornalistas vinham fazendo, pois existem inúmeros profissionais, que não eram jornalistas e exerciam a profissão irregularmente.
ResponderExcluirAcredito que não foi a melhor forma de resolver o problema, mas como talvez não afete diretamente quem decidiu, então está sepultada uma profissão brilhante do meu ponto de vista, dando espaço para oportunistas e amadores.
Parabéns pelo excelente texto.