sábado, 20 de junho de 2009

Cachaça, café e chá

Por um Projeto de Lei (PL) que exija graduação em Ciência Política a todos aqueles que desejam ocupar as cadeiras parlamentares

O jornalismo é uma cachaça... talvez por isso não precise de teoria. O negócio é a prática... saber entornar e como diz a canção: beber, cair e levantar.

O tombo da última semana foi feio. Mas entre mortos e feridos, talvez agora ninguém mais se salve.

Sem vida pessoal, familiar ou sentimental... sem ver nossos filhos crescer (quando a opção mais sensata é não os ter)... sem feriado, finais de semana ou qualquer outro tipo de folga... e geralmente com a sanidade mental em frangalhos já nos primeiros anos da profissão... mas com muita pressa sempre e muitos lanches no lugar das refeições.. sem horas de sono adequadas, mas muitas olheiras como troféus de guerra na face... nossos sonhos relatam pautas e processos a que ainda poderemos responder, entre o amor e ódio de todas as fontes... e mais muita garra e amor a tudo isso!!!

Assim recebemos a notícia de que não somos mesmo profissionais. Prato cheio para aqueles que já acreditam que ser jornalista é ser mero repetidor de frases... entre tantos que querem ditar o que escrevemos e, pior, querem corrigir nossos textos.

Tantas vezes usei o argumento: estudei quatro anos para ser respeitada pelo que faço. Não peço para corrigir projetos arquitetônicos, nem processos judiciais, nem sentenças (apesar de que algumas que nos chegam muitas vezes são vergonhosas – e não apenas pelo mau português). Não peço para revisar um laudo médico ou boletim de ocorrência.

Todos acreditam ser mais capazes de escrever e compreender que o jornalista. Repetem milhares de vezes a mesma frase por medo que possamos não entender o que nos falam, espiam nossas anotações, arrancam nossos blocos das mãos, quando, na verdade, falta-lhes o poder da palavra e geralmente são ineficazes em se fazer compreender.

Agora com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que acabou com a obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercício da profissão, vou me utilizar dopróprio argumento do presidente superior do Brasil, Gilmar Mendes: a função de jornalista não expõe a risco terceiros, em caso de erro.

Assim, caras fontes, lembrem-se sempre: vocês não estão em risco.Podemos errar, causar constrangimentos e humilhações. Acabou-se a ética, acabou-se o bom senso. Questões inclusive abordadas com muita seriedade no banco acadêmico em uma disciplina denominada “Ética e Legislação”, que com certeza suas graduações talvez não exijam.

Por oito votos a um, o STF entendeu que parte do decreto-lei 972, de 1969, não tem amparo na Constituição. Tanta proposta de emenda à Constituição rolando pelo Congresso Nacional que mais uma, com certeza, atrapalharia o Café da Tarde... até porque não temos mesmo Chá das Cinco.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Cadê meu tempo?

Tenho de atualizar o blog.. sim eu sei...
Em breve, muito breve!!!

Mas bom sinal que a vida está andando,
talvez rápida demais...
... talvez repleta demais,
talvez boa demais!!!!

É... e antes em círculos que parada em um centro cheio de nada.
Vamo s'embora!!!

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Desconheço...

Desconheço a certeza que te fez exagerar..
A fraqueza que te fez acreditar..
A sinceridade que te fez mentir assim..
Pra depois procurar sem a certeza de querer provar..

Desconheço a certeza que te fez recuperar..
O sentimento que jamais sentiu tocar..
A franqueza nunca existente em nós..
Pra depois fingir jamais encontrar..

Desconheço a certeza que te fez procurar..
A paixão nunca sentida no olhar..
A beleza nunca tocada em mim..
Pra depois ficar sozinho sem desejar.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

O sentido do café

Frase do dia (retirada de um nickdo MSN):
"Meninas doces.. só atraem formigas!"

...talvez por isso convites para café só funcionem com outras mulheres!!!

Preciso aprender o verdadeiro português..

O português é com certeza a língua mais difícil da humanidade... não é japones nem aramaico.. está para ser inventada gente que se entende menos que português e, nesse contexto, pior ainda o brasileiro. Nem mesmo boto fé na reforma ortográfica... não muda cultura e muito menos psicologia humana.

Por que as palavras perdem o sentido quando expressadas? Café significa simplesmente café... claro que o charme está nas entrelinhas e mensagens subliminares, mas nem por isso café significa outra coisa a não ser simplemente café.

Assim também o almoço ou chimarrão. A aproximação exigida nestes momentos de confraternização podem, sim, significar apenas com fraternização. Não são convites para amizades eternas, muito menos casamento.

O mesmo sentido que provoca a palavra 'café' no cérebro masculino, surte a expressão 'pizza' no coração das mulheres. Talvez pizza signifique mesmo simplesmente se empanturrar de massa.. tenhamos fé!!!

De qualquer forma, é intrínseco a capacidade de confusão. Nada expressado em português tem realmente o sentido original.. talvez por isso a graça. Ou não!.. como diria Caetano.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Vou me motorizar!!!

Depois da redução extrondólica no Imposto para Produtos Industrializados (IPI) sobre automóveis - determinada pela União para socorrer o setor automotivo da crise econômica e quase levar prefeitos à falência e ao delírio depois da queda no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) em quase 15% - agora a contrapartida de esperança aos executivos municipais virá do Ministério da Fazenda com o aumento nos impostos federais que incidem sobre cigarros no País.

Um dos mais tradicionais acessórios de sedução nas telas de Hollywood será hoje, além de mal visto pela maioria da humanidade (inclusive parte do contingente de 1,3 bilhão de pessoas que insistem nas baforadas), o principal fator de compensação pela perda de receita com os benefícios fiscais concedidos aos motoristas. A medida elevará o preço dos maços entre 20% (chinelagem) e 25%. Assim, o governo também economiza com o Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que quantias consideráveis são gastas todos os anos para socorrer as "vítimas" do tabagismo.

A grande sacada é realmente a motorização...

Meta 2010: comprar um automotor!
PS: Obrigada Mariana pela inspiração.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Não quero casar.. mas não quero que me provoque!!


Não quero casar...só não quero que me provoquem!!!!

Sabe quando você está quieto? É porque quer ficar quieto... então deixe assim. Inércia!!! Eis a melhor prevenção para o aborrecimento. E quando estiver afim de me estressar, deixa que eu procuro...

Não quero casar!! Mas para que deixar claro que é provocação?? Jogo tem mais charme quando implícito.. principalmente o da sedução..

Sedução é como chocolate.. para saborear ao poucos, com café ou chimarrão.. derretendo na boca lentamente até sobrar apenas a avelã.. se gostar, morde e engole.

Mas não quero casar..

Casar é como note ou a moto dos meus sonhos Intruder, não tem formatação nem revenda.. se vender será por mixaria..


Quero namorar.. sempre e muito.. com muito provocação!! Sabor chocolate com avelã...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Por que os homens somem? Parte 2 (Amigos)

Amigos são o melhor remédio para qualquer carência. Ainda fico pasma ao ouvir histórias de pessoas que simplesmente se fecham em uma redoma de vidro para viver um relacionamento.. se é que podemos chamar de relacionamento e viver. Todos talvez já tenhamos passado por isso, mas chega um momento da vida em que esquecer que o mundo possui seis bilhões de pessoas chega a ser hilário. Depois o amor termina e você se sentirá sozinho nesse mundo, acredite.

Por isso amigos são o ouro. Mesmo se algum dia os homens deixarem de sumir, amigos ainda serão prioridade. Você até pode encontrar um amor, mas se for ideal estará lá entre seus amigos e provavelmente se tornará um... e dos grandes.

Com amigos, sempre há o que se fazer, inclusive reclamar do sumiço dos homens. A festa mais estranha e sem sentido ganha risadas e diversão. E ainda pode terminar em um chimarrão às 5h em frente do prédio com direito a pipoca.

Com amigos, o domingo tem futebol e não importa o time, porque o que vale é a parceria. Depois, pizza, filé e cerveja, com banda de carro no deserto de ruas sem direção.

Com amigos, o sábado tem carne assada ou lentilha com lingüiça. A semana tem mate no final da tarde. Meio-dia tem café no shopping, com direito a devaneios e preguiça.

E amigos não somem.. tiram folga, férias ou licença saúde. Mas jamais somem. Avisam..

Cansei de ser boazinha...

Ninguém agrada gregos e troianos.. isso é sabido e, de fato, um grande jargão. Mas na prática, apesar de funcionar muito bem, gregos e troianos querem ser agradados. Não importa o quanto você se desdobre para ao menos manter a diplomacia, alguém sempre vai reclamar ou lançar aquele olhar. Não adianta.


Cansei dessa palhaçada... convenções foram feitas para se perder tempo, dinheiro, humor e bom senso!

quinta-feira, 26 de março de 2009

Cobras em ninho de ratos: eleve-se à sua insignificância

“Quase tudo é possível quando se tem dedicação e habilidade. Grandes trabalhos são realizados não pela força, mas pela perseverança.” Sorte no orkut.. não significa muito, mas a coincidência das palavras me fez relevar. Vivemos tão atarefados que muitas vezes perdemos de perceber o quanto há pessoas em situação ainda mais caótica, mas que são capazes de dispor um pouco do seu pouco tempo para fazer bem.. a nós.

Hoje, em mais uma coletiva com prefeito Cezar Schirmer, algumas situações desviaram minha atenção inclusive da explicação da revolucionária reestruturação da máquina administrativa santa-mariense. Preciso registrar também que a cada dia me descubro ainda mais compenetrada em assuntos de desenvolvimento. Acredito ter descoberto meu futuro (meta 2010: fazer mestrado em economia, logística ou algo do gênero).

Mas voltando ao ninho das cobras. Admiro, por demasia até, o trabalho de meus colegas – seja de redação, concorrência ou simplesmente colega. Todos batalham nessa profissão nem sempre valorizadora, mas eternamente gratificante. O que não compreendo é o por quê de tamanha rivalidade. Não explícita, talvez nem mesmo consciente. Mas grosseira.

Apesar de meu cansaço físico e mental beirar a loucura – desejaria sinceramente estar delirando – não me passaram despercebidas as favas trocadas entre olhares de tão iguais naquele momento. O cansaço estava estampado na face de quase todos os presentes, mas alguns chamaram atenção por parecerem culpar o “adversário” que até então jogava no mesmo time.

Até achei que talvez estivesse vendo demais, mas o telefonema no final do dia justificou algumas de minhas constatações. Somente então percebi o clima tenso e nossa superficial e talvez falsa cordialidade entre “colegas”. Cedemos nossa vez, porque outro se impõe ao mesmo tempo em que deixamos nosso caráter do lado de dentro do peito e engolimos em seco. Todos temos pressa e todos temos horário a cumprir e todos temos cansaço, por mais injustificável que parece na comparação. O sentidor sempre acredita ser seu sentimento o mais sentido.

Prêmio consolação – Ao chegar em casa, passei para a visita rotineira no apartamento de minha vizinha Paty. Agora, lipoaspirada, está quase uma grávida após cirurgia em recuperação. No apartamento de 14 peças (ironia se comparado ao meu quarto/cozinha/banheiro), moram mais quatro gatos, o Tobby (cusco com raça a definir), três pensionistas e a bendita alma Beth: mãe de todos, inclusive da Paty.

Mais uma vez toda dolorida, reclamei de ainda ter mais trabalho para fazer em casa, do terceiro emprego (mesmo que temporário) que arrumei. Enfermeira e esteticista, além de agüentar as façanhas da filha, as artimanhas dos bichanos, rebeldia dos três aborrecentes - inclusive a minha - Beth tranquilamente me mandou deitar na mesa de estética e dispendeu quase uma hora de infravermelho em todo meu corpitcho para me “ver melhor”.

Ainda cedeu o chuveiro (meu ap está sem água) e tranquilamente pegou sua bolsa e foi comprar sua cervejinha preta de cada noite. Minha retribuição: um pouco de erva para o chimas da manhã e um strogonoff caprichado amanhã. Obrigada Beth de todo coração. Que cada um possa ter sua mãe emprestada para de vez em quando poder esquecer a pseudo-onipotência que imagina ter.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Jesus apaga a luz!! Lady Murphy ataca outra vez

Senhor, por que me deixaste sair assim? E se permitiste, por que me fizeste passar por tanto constrangimento?? Com certeza não é obra divina, deve ser mais uma das armações da poderosa Lady Murphy.
A manhã em que você acorda já completamente atrasada - sem tempo para lavar o cabelo que você havia prometido lavar pela manhã, sem ter pensado na roupa que você havia prometido pensar pela manhã e sem possibilidade mínima de passar pelo menos o rímel para parecer menos evil: a acordada do inferno – sim, é nesse dia que tudo deverá acontecer.

Tranquilamente sai pelos corredores rezando para não cruzar com o deus vindo diretamente do Olímpio e... ele está ali. Na rua, cruza exatamente com as mulheres mais lindas da cidade que resolveram sair todas ao mesmo tempo, com a melhor roupa, perfume e maquiagem. Sim, você esqueceu o desodorante.

No trabalho, sonha com o escritório vazio e apenas o telefone para interagir. Seu chefe lhe chama ao escritório dele e, pior, anuncia almoço de negócios no restaurante em que estarão todos os engravatados, perfumados e que, esperamos, não percebam sua insignificante presença. Jamais. Lady Murphy estará lá para garantir que você quebre o copo ou derrube a travessa de salada - de forma nada discreta, ressalta-se.

Sempre que me prometo nunca mais sair com a pior roupa e sem maquiagem para trabalhar, Lady Murphy faz questão de relembrar o quanto é árdua essa tarefa de estar sempre apresentável. Já entrevistei prefeito de calça corsário e trancinha (mas era a melhor saída naquele momento, pior era o rabo-de-cavalo na juba Aslan versão “quero voltar ao Guarda-Roupa”), presidente de sindicatos de empresários de macaquinho (juro, foi um fiasco), empreendedor de blusa de alcinha (por pior o calor, não tem perdão) e sempre que tenho alguma reunião importante, seja vereador, secretário municipal e até de Estado, falta o delineador na bolsa para disfarçar o carão Pig, cadê o Caco?.
Segunda-feira pedi arrego. Senhor editor - com gripe, febre, nariz fugindo e a cara de fui atropelada ontem, mas vou melhorar – governadora NÃO.

Quarta-feira: Dia do Sofá

Quarta-feira, desde que me lembro adolescente, era dia de namoro no sofá. Aquela coisa romântica, ao som de Endless Love, e direito a um filme VHS de locadora, pipoca com sal e mousse de chocolate feito especialmente para receber o boyfriend. O volume baixinho para não acordar os pais.. ou mesmo quando solitária ao sonhar com o príncipe do cavalo branco e armadura dourada para um resgate triunfal e blá, blá, blá.
Hoje, bem-vinda senhora realidade.
Como não tenho sofá, não vou me prender a detalhes.

Por que os homens somem? Parte 1

Uma das dúvidas cruéis que atormentam nossas cabeças femininas – pelo menos as nossas fantásticas que somos (by Cheila: receberá um post) – é por que, afinal, os homens somem? E nem é mais essa questão de telefonar no dia seguinte. Não acreditamos mais em sapos encantados. Até por que não queremos que telefonem. Acreditem, se ligar no dia seguinte terá grandes chances de sumir da agenda do celular e, de prima, ser bloqueado no MSN (coisa moderna essa: terá post também).

O sumiço é generalizado. Simplesmente somem e reaparecem da mesma forma esquizofrênica com que sumiram. E detalhe: sempre reaparecem. Com namoradas, ou depois que deixaram delas. Uma semana depois, ou mesmo cinco anos. Gordos, mais magros. Barbudos, ou milicos. Com filho, ou mandado de prisão por não pagar pensão alimentícia. SEMPRE somem e depois REAPARECEM. A pergunta é: por quê?

Em nossas reuniões secretas para discutir o assunto, várias teorias foram levantadas e muitas inclusive refutadas. Com tanta dedicação, até mesmo Arthur Schopenhauer, com seus 36 estratagemas, teria orgulho de nós. Entre um café e outro, como já se referiu minha comparsa Patrícia Lemos, em www.patiffaria.blogspot.com (confira), a dúvida ainda paira, mas não desistiremos tão fácil. Já desistimos de colocar a culpa na mãe e partimos para o auto-flagelo.

Solteiras, empregadas, independentes e solteiras. Já me atrevi a perguntar a um homem se o assustava. A reposta: “não, pelo contrário”, não ajudou muito. Bem pelo contrário. Também já tentei teorizar com outro, mas desse não quis resposta com base em minha pessoa. Propôs casamento. Sinceramente, a teoria atual ainda é a de que eles não têm medo de nós. Mas de ficar sem a gente. Eles se apaixonam e depois sofrem (raciocínio masculino). Provavelmente por isso os homens somem. Porque ainda não descobriram que não precisamos depender deles, mas estarmos simplesmente apaixonadas. E um conselho: Não sumam muito, pois a paixonite dura cerca de duas semanas (com algumas ressalvas), com direito a três sumiços mensais. E ainda corres o risco de alguém sumir um pouco menos.

terça-feira, 24 de março de 2009

Para ficar registrado

Minha neurose por coisas para fazer está me deixando preocupada. Além de descumprir a primeira regra do blog, de não ter obrigação de postar um devaneio por dia, passei dos limites e extrapolei. Mas, voltando ao post anterior, quem disse ser esse limite saudável...?!?

Meta 2009: Fazer um plano de saúde.

Qual o limite?

Em um estado gripal invejável e depois de ter sido dispensada em um dos trabalhos e ter passado a tarde me arrastando em outro - sem falar do telefonema para negociar uma terceira ocupação – resolvi finalmente colocar em prática essa coisa de escrever em um blog. Já vinha pensando isso há algumas semanas, mas pensava ser loucura inventar mais uma função diária para minha pessoa. Sim, diária porque sou meio neurótica com essa coisa de assumir funções, então se não postar todos os dias algum comentário, sobre algo relevante ou nem tanto, fiquem felizes, pois estarei a mais um passo de conseguir impor isso que chamam de limite.
Passei a infância toda e grande parte da adolescência ouvindo de meu pai que não tinha limites. Minha mãe chegou a afirmar que havia desistido, para não ter de conviver com a frustração de não conseguir dominar os instintos de sua filha. Domínio, estímulo, voto de confiança, limite. Qual será o limite de se impor limites e quem os tem de fato para aplicá-los com sabedoria?
Após exatas cinco semanas de trabalho sem um único final de semana de folga, consegui confundir uma rotineira crise alérgica – das tantas com que convivo – com uma gripe daquelas de fazer ter delírios toda vez que piscar. E, acredite, com mais trabalho. Utilizei essas 18 horas consecutivas de cama – solitária diga-se de passagem - para refletir (das 17h de segunda às 13h de terça-feira). Não tenho certeza se as dosagens de Coristina D ajudaram ou prejudicaram as indagações, mas acho que trabalho demais. E pior, tenho orgulho de mim por isso, mas desejaria jamais acabar na cama por excesso de trabalho. Até porque acabei me sentindo uma inútil por não ter conseguido ir trabalhar.
Mas voltando aos limites. Minha gata resolveu justamente hoje, parece até saber do assunto, querer interagir. Deitada exatamente em frente ao monitor, acabou por me obrigar a tirar alguns pelos e parte do rabo da frente e, assim, tentar decifrar se estou digitando corretamente. Limites? Acho que não. Mas gosto dela querer chamar atenção. Agora, a atenção que o Bispado solicitou durante a tarde para impor seus limites virou palhaçada. É o tipo de limites distorcidos da psicologia familiar desnecessária.
Ajoelhado no milho, meu colega de profissão e redação praticamente foi excomungado da Igreja. Se não bastasse bispos defendendo a morte de uma menina de nove anos para evitar um aborto de estupro (os médicos foram excomungados, o estuprador recebeu o perdão), agora é proibido noticiar a façanha pedófila de um Irmão da Santidade (para não chamar de padre), pois isso ofende a Igreja. Ofensa, sem querer ofender, é deixar essa pouca-vergonha continuar. Enquanto aos olhos dos céus se fazem de rogados, na cama do inferno abusam de crianças e ainda pedem silêncio terreno sob pena de expulsão do Paraíso. Só se for paraíso fiscal.