quinta-feira, 26 de março de 2009

Cobras em ninho de ratos: eleve-se à sua insignificância

“Quase tudo é possível quando se tem dedicação e habilidade. Grandes trabalhos são realizados não pela força, mas pela perseverança.” Sorte no orkut.. não significa muito, mas a coincidência das palavras me fez relevar. Vivemos tão atarefados que muitas vezes perdemos de perceber o quanto há pessoas em situação ainda mais caótica, mas que são capazes de dispor um pouco do seu pouco tempo para fazer bem.. a nós.

Hoje, em mais uma coletiva com prefeito Cezar Schirmer, algumas situações desviaram minha atenção inclusive da explicação da revolucionária reestruturação da máquina administrativa santa-mariense. Preciso registrar também que a cada dia me descubro ainda mais compenetrada em assuntos de desenvolvimento. Acredito ter descoberto meu futuro (meta 2010: fazer mestrado em economia, logística ou algo do gênero).

Mas voltando ao ninho das cobras. Admiro, por demasia até, o trabalho de meus colegas – seja de redação, concorrência ou simplesmente colega. Todos batalham nessa profissão nem sempre valorizadora, mas eternamente gratificante. O que não compreendo é o por quê de tamanha rivalidade. Não explícita, talvez nem mesmo consciente. Mas grosseira.

Apesar de meu cansaço físico e mental beirar a loucura – desejaria sinceramente estar delirando – não me passaram despercebidas as favas trocadas entre olhares de tão iguais naquele momento. O cansaço estava estampado na face de quase todos os presentes, mas alguns chamaram atenção por parecerem culpar o “adversário” que até então jogava no mesmo time.

Até achei que talvez estivesse vendo demais, mas o telefonema no final do dia justificou algumas de minhas constatações. Somente então percebi o clima tenso e nossa superficial e talvez falsa cordialidade entre “colegas”. Cedemos nossa vez, porque outro se impõe ao mesmo tempo em que deixamos nosso caráter do lado de dentro do peito e engolimos em seco. Todos temos pressa e todos temos horário a cumprir e todos temos cansaço, por mais injustificável que parece na comparação. O sentidor sempre acredita ser seu sentimento o mais sentido.

Prêmio consolação – Ao chegar em casa, passei para a visita rotineira no apartamento de minha vizinha Paty. Agora, lipoaspirada, está quase uma grávida após cirurgia em recuperação. No apartamento de 14 peças (ironia se comparado ao meu quarto/cozinha/banheiro), moram mais quatro gatos, o Tobby (cusco com raça a definir), três pensionistas e a bendita alma Beth: mãe de todos, inclusive da Paty.

Mais uma vez toda dolorida, reclamei de ainda ter mais trabalho para fazer em casa, do terceiro emprego (mesmo que temporário) que arrumei. Enfermeira e esteticista, além de agüentar as façanhas da filha, as artimanhas dos bichanos, rebeldia dos três aborrecentes - inclusive a minha - Beth tranquilamente me mandou deitar na mesa de estética e dispendeu quase uma hora de infravermelho em todo meu corpitcho para me “ver melhor”.

Ainda cedeu o chuveiro (meu ap está sem água) e tranquilamente pegou sua bolsa e foi comprar sua cervejinha preta de cada noite. Minha retribuição: um pouco de erva para o chimas da manhã e um strogonoff caprichado amanhã. Obrigada Beth de todo coração. Que cada um possa ter sua mãe emprestada para de vez em quando poder esquecer a pseudo-onipotência que imagina ter.

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