terça-feira, 24 de março de 2009

Qual o limite?

Em um estado gripal invejável e depois de ter sido dispensada em um dos trabalhos e ter passado a tarde me arrastando em outro - sem falar do telefonema para negociar uma terceira ocupação – resolvi finalmente colocar em prática essa coisa de escrever em um blog. Já vinha pensando isso há algumas semanas, mas pensava ser loucura inventar mais uma função diária para minha pessoa. Sim, diária porque sou meio neurótica com essa coisa de assumir funções, então se não postar todos os dias algum comentário, sobre algo relevante ou nem tanto, fiquem felizes, pois estarei a mais um passo de conseguir impor isso que chamam de limite.
Passei a infância toda e grande parte da adolescência ouvindo de meu pai que não tinha limites. Minha mãe chegou a afirmar que havia desistido, para não ter de conviver com a frustração de não conseguir dominar os instintos de sua filha. Domínio, estímulo, voto de confiança, limite. Qual será o limite de se impor limites e quem os tem de fato para aplicá-los com sabedoria?
Após exatas cinco semanas de trabalho sem um único final de semana de folga, consegui confundir uma rotineira crise alérgica – das tantas com que convivo – com uma gripe daquelas de fazer ter delírios toda vez que piscar. E, acredite, com mais trabalho. Utilizei essas 18 horas consecutivas de cama – solitária diga-se de passagem - para refletir (das 17h de segunda às 13h de terça-feira). Não tenho certeza se as dosagens de Coristina D ajudaram ou prejudicaram as indagações, mas acho que trabalho demais. E pior, tenho orgulho de mim por isso, mas desejaria jamais acabar na cama por excesso de trabalho. Até porque acabei me sentindo uma inútil por não ter conseguido ir trabalhar.
Mas voltando aos limites. Minha gata resolveu justamente hoje, parece até saber do assunto, querer interagir. Deitada exatamente em frente ao monitor, acabou por me obrigar a tirar alguns pelos e parte do rabo da frente e, assim, tentar decifrar se estou digitando corretamente. Limites? Acho que não. Mas gosto dela querer chamar atenção. Agora, a atenção que o Bispado solicitou durante a tarde para impor seus limites virou palhaçada. É o tipo de limites distorcidos da psicologia familiar desnecessária.
Ajoelhado no milho, meu colega de profissão e redação praticamente foi excomungado da Igreja. Se não bastasse bispos defendendo a morte de uma menina de nove anos para evitar um aborto de estupro (os médicos foram excomungados, o estuprador recebeu o perdão), agora é proibido noticiar a façanha pedófila de um Irmão da Santidade (para não chamar de padre), pois isso ofende a Igreja. Ofensa, sem querer ofender, é deixar essa pouca-vergonha continuar. Enquanto aos olhos dos céus se fazem de rogados, na cama do inferno abusam de crianças e ainda pedem silêncio terreno sob pena de expulsão do Paraíso. Só se for paraíso fiscal.

4 comentários:

  1. Bom começo minha cara.

    Sucesso!

    (minha dica de "bloqueiro não tão bom"). O dia que estiveres inspirada, escreva mais de um texto, mas agende para postagens posteriores - assim adapta a irregularidade de tempo/disposição e criatividade à regularidade das postagens ;-)

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  2. Obrigada pelo incentivo..
    Grande abraço e mantenha-se conectado..

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  3. Oi Thais! Fiquei sabendo dessa história do bispo. Acho que o Jornal errou, não apurou, quis causar "sensação" qualificando erradamente o cara de padre, mas isso não justifica essa pressão que eles fizeram.

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  4. Realmente.. ele era Irmão da Santidade.. não padre... De qualquer forma, o foco segue equivocado...

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